RESENHA
Valdemir Pires
Moreira*
VAILATTI, CARLOS A.
Expiação Ilimitada
São Paulo: Editora
Reflexão, 2015, 160 p.
João
3.16 é considerado pelos intérpretes como sendo o resumo da Bíblia. É nesse
versículo, dentre muitos outros, que se concentra a doutrina de que Deus enviou
Jesus Cristo, seu Filho, para morrer em benefício de cada um dos seres humanos.
Essa doutrina é chamada na teologia de “expiação ilimitada”. Foi um dos pontos
defendido pelo teólogo holandês Jacó Armínio, reafirmado pelos remonstrantes,
em seguida por John Wesley e pela maioria dos cristãos, sejam eles doutores ou
leigos, pois o texto em apreço não nos deixa dúvidas.
Expiação
Ilimitada, é um livro que vem provar de maneira exegética a doutrina bíblica de
que Deus morreu em favor de todos. Em contrapartida, de maneira natural desfaz
o equívoco calvinista de que Jesus não morreu por todos, mas sim apenas por
alguns, o que o Calvinismo chama de “expiação limitada”. A obra surge das mãos
do Dr. Carlos Augusto Vailatti, doutor em estudos judaicos e árabes e mestre em
teologia. É uma obra exegética do
assunto, e que traz em seu apêndice relatos de alguns Pais da Igreja, onde os
mesmos defendem a doutrina da expiação Ilimitada, daí a importância para todo
aquele que busca base bíblica para defender a doutrina bíblica da expiação
ilimitada.
Na
introdução, o Dr. Carlos Augusto Vailatti, define o termo expiação e seus
desdobramentos tais como: a intenção da expiação, a extensão da expiação e a
aplicação da expiação. Declara-nos que o objetivo da referida obra é demostrar
ser a doutrina arminiana da expiação ilimitada a que melhor corresponde ao
registro bíblico. No primeiro capítulo, nos é apresentado o conceito de
expiação no Antigo Testamento, na Septuaginta e no Novo Testamento. O segundo
capítulo, traz algumas teorias sobre a expiação, são elas: a teoria da recapitulação
elaborada por Irineu, bispo da Igreja de Lion; a teoria do resgate pago a
satanás, defendida por alguns Pais da Igreja e associada a Orígenes; a teoria
do exemplo moral, defendida por Pelágio; a teoria da satisfação, defendida por
Anselmo de Cantuária; a teoria da substituição penal, defendida por Calvino,
que trabalhou antes o argumento de Anselmo; e a teoria governamental defendida por Hugo Grócio. No terceiro
capítulo, aborda-se a expiação em Armínio, na Remonstrância e nos Cânones de
Dort. Uma das observações feitas por Armínio e registrado nesse capítulo é que
a expiação não pode ser desvinculada da presciência de Deus da fé em Cristo. Os
remonstrantes, em sua declaração de fé, perseveram com fidelidade no pensamento
original de Armínio. Carlos encontra dois trechos nos Cânones de Dort que
entram em contradições, situados entre os capítulo I, Artigo 6 e o capítulo II,
Artigo 6. No quarto e último capítulo, estuda-se alguns versículos bíblicos,
onde constataremos realmente se o ensino das Escrituras dá testemunho da
expiação limitada, como ensinam os calvinistas, ou da expiação ilimitada como
ensinam os arminianos. A conclusão da obra traz cinco pontos conclusivos sobre
o tema, que nos levam a entender que é o ensino da expiação ilimitada um ensino
automaticamente bíblico.
Agradecemos
ao Dr. Carlos Vailatti pela obra exegética com a qual vem a contribuir e muito
para a compreensão bíblica de que Jesus Cristo morreu por cada um dos
homens. Agradecemos a Editora Reflexão por
mais essa obra que contribuirá para o esclarecimento de muitas dúvidas quanto
ao assunto tratado nessa obra.
*Valdemir
Pires Moreira é diácono da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Caucaia
(CE), Casado com Elizangela Pires Oliveira Moreira, professor da Escola Bíblica
Dominical e Administrador das páginas Teologia Arminiana em Vídeos e Teologia
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