segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

RESENHA: EXPIAÇÃO ILIMITADA.



RESENHA
Valdemir Pires Moreira*
VAILATTI, CARLOS A.

Expiação Ilimitada
São Paulo: Editora Reflexão, 2015, 160 p.

João 3.16 é considerado pelos intérpretes como sendo o resumo da Bíblia. É nesse versículo, dentre muitos outros, que se concentra a doutrina de que Deus enviou Jesus Cristo, seu Filho, para morrer em benefício de cada um dos seres humanos. Essa doutrina é chamada na teologia de “expiação ilimitada”. Foi um dos pontos defendido pelo teólogo holandês Jacó Armínio, reafirmado pelos remonstrantes, em seguida por John Wesley e pela maioria dos cristãos, sejam eles doutores ou leigos, pois o texto em apreço não nos deixa dúvidas.  

Expiação Ilimitada, é um livro que vem provar de maneira exegética a doutrina bíblica de que Deus morreu em favor de todos. Em contrapartida, de maneira natural desfaz o equívoco calvinista de que Jesus não morreu por todos, mas sim apenas por alguns, o que o Calvinismo chama de “expiação limitada”. A obra surge das mãos do Dr. Carlos Augusto Vailatti, doutor em estudos judaicos e árabes e mestre em teologia.  É uma obra exegética do assunto, e que traz em seu apêndice relatos de alguns Pais da Igreja, onde os mesmos defendem a doutrina da expiação Ilimitada, daí a importância para todo aquele que busca base bíblica para defender a doutrina bíblica da expiação ilimitada.  

Na introdução, o Dr. Carlos Augusto Vailatti, define o termo expiação e seus desdobramentos tais como: a intenção da expiação, a extensão da expiação e a aplicação da expiação. Declara-nos que o objetivo da referida obra é demostrar ser a doutrina arminiana da expiação ilimitada a que melhor corresponde ao registro bíblico. No primeiro capítulo, nos é apresentado o conceito de expiação no Antigo Testamento, na Septuaginta e no Novo Testamento. O segundo capítulo, traz algumas teorias sobre a expiação, são elas: a teoria da recapitulação elaborada por Irineu, bispo da Igreja de Lion; a teoria do resgate pago a satanás, defendida por alguns Pais da Igreja e associada a Orígenes; a teoria do exemplo moral, defendida por Pelágio; a teoria da satisfação, defendida por Anselmo de Cantuária; a teoria da substituição penal, defendida por Calvino, que trabalhou antes o argumento de Anselmo; e a teoria governamental  defendida por Hugo Grócio. No terceiro capítulo, aborda-se a expiação em Armínio, na Remonstrância e nos Cânones de Dort. Uma das observações feitas por Armínio e registrado nesse capítulo é que a expiação não pode ser desvinculada da presciência de Deus da fé em Cristo. Os remonstrantes, em sua declaração de fé, perseveram com fidelidade no pensamento original de Armínio. Carlos encontra dois trechos nos Cânones de Dort que entram em contradições, situados entre os capítulo I, Artigo 6 e o capítulo II, Artigo 6. No quarto e último capítulo, estuda-se alguns versículos bíblicos, onde constataremos realmente se o ensino das Escrituras dá testemunho da expiação limitada, como ensinam os calvinistas, ou da expiação ilimitada como ensinam os arminianos. A conclusão da obra traz cinco pontos conclusivos sobre o tema, que nos levam a entender que é o ensino da expiação ilimitada um ensino automaticamente bíblico.

Agradecemos ao Dr. Carlos Vailatti pela obra exegética com a qual vem a contribuir e muito para a compreensão bíblica de que Jesus Cristo morreu por cada um dos homens.  Agradecemos a Editora Reflexão por mais essa obra que contribuirá para o esclarecimento de muitas dúvidas quanto ao assunto tratado nessa obra.


*Valdemir Pires Moreira é diácono da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Caucaia (CE), Casado com Elizangela Pires Oliveira Moreira, professor da Escola Bíblica Dominical e Administrador das páginas Teologia Arminiana em Vídeos e Teologia Arminiana em Livros (no Facebook).