segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SOBRE O USO DE VELAS NA LITURGIA




“Qual a origem e o sentido do uso de velas na Igreja Católica Romana e em algumas igrejas protestantes, e quais as razões bíblicas para responder quem usa?”


(Joel Batista de Souza, Nova Londrina – PR)



Emmanuel Elmani de Carvalho
Dentre os fatores que têm separado os diversos segmentos cristãos ao longo da história da igreja, certamente um dos mais importantes é a liturgia seguida durante a realização do culto. E dentre tantas práticas diferentes, temos o uso de velas durante as celebrações, praticado, em especial, por católicos romanos, além de algumas igrejas históricas como anglicanos, luteranos, alguns metodistas e alguns presbiterianos.

Parafraseando a pergunta em tela, três questões naturais se levantam sobre esse assunto: Quando teve início a prática de se usar velas nas reuniões de culto por parte desses segmentos? Qual a origem ou fundamento para se adotar tal uso? Que efeito essa prática tem sobre a espiritualidade dos celebrantes?

Não há um consenso sobre quando se iniciou o uso de velas nos cultos cristãos. Alguns autores dizem que a prática teve início em 320 d.C., mas há fontes confiáveis que autorizem tal informação. Além do mais, muitos teólogos e historiadores católicos romanos e até mesmo reformados alegam que o emprego de velas ou luminárias, como candeeiros e lamparinas, fazem parte do rito cristão desde tempos em a igreja se reunia em catacumbas, devido às intensas perseguições sofridas durante os primeiros séculos de história da igreja.

A adoção das velas como elemento presente no culto passou a intensificar-se a partir dos tempos em que a igreja tornou-se religião praticada em todo o Império Romano, com status de religião oficial (no século IV). Nesse período, a comunidade cristã passou a se reunir em prédios, alguns deles antigas instituições públicas, e a apresentar uma liturgia bem sistematizada com a presença de elementos simbólicos “recheando” o ambiente da adoração cristã. Diferentemente da espiritualidade simples dos tempos apostólicos (Ef 5.19; Cl 3.16), as reuniões dessa nova cristandade eram carregadas de formalismo e passaram a utilizar elementos simbólicos para atender à demanda de uma parcela da igreja pseudo-convertida, que necessitava de um culto como o uso de objetos que representassem, de forma material, a presença do Senhor. Houve uma adaptação dos padrões culturais do Antigo Testamento para celebrações da igreja. As cores dos utensílios, as vestes do sacerdote e as luminárias, entre outras práticas – algumas até pagãs –, foram sendo importadas para a liturgia cristã. Assim, as velas passaram a ser usadas como equivalente do candelabro do Santuário ou Templo judaico. Alega-se também que tais luminárias representam a pessoa de Jesus, a luz do mundo.

Sabe-se, de forma conclusiva, que as reuniões da igreja apostólica eram desprovidas de tais elementos materiais. É que a presença do Espírito Santo dispensava o uso de objetos, enquanto, no Antigo Testamento, esses elementos eram usados para prenunciar, como sombras, as realidades espirituais experimentadas pela comunidade primitiva.

Deve-se entender, portanto, que tal prática é inócua. Nada acrescenta à espiritualidade do crente. Não é pecaminoso em si, mas é totalmente dispensável, pois, num culto verdadeiro, a presença real de Cristo ilumina corações e mentes. Na verdadeira adoração, o que mais importa é o estado de comunhão verdadeira com Deus e não os elementos externos que embelezam o ambiente, e que podem esvaziar a alama do adorador.
Emmanuel Elmani de Carvalho, pastor da Assembleia de Deus em Natal (RN), teólogo, professor no Centro de Estudos Teológicos, superintendente da EBD, formando em Administração, pós-graduado em MBM em Gestão Estratégica da Informação, e formando em Ciências Militares.

Jornal Mensageiro da Paz de Abril de 2011, Pág. 17.

 
* Foto publicada pelo autor do blog

O LOCAL CORRETO DO TEMPLO DE JERUSALÉM




“É verdade que o Templo de Jerusalém ficava a 150 metros de onde está a Mesquita de Omar?”


(Rogério da Silva Vieira – Florianópolis, SC)



Silas Daniel

O Templo de Jerusalém, lugar sagrado e de adoração para os judeus, deverá ser reconstruído segundo a profecia bíblica, uma vez que a Palavra de Deus afirma que o Anticristo haverá de profanar o Templo (Dn 11.31). ora, para se reconstruir o Templo, é preciso saber precisamente onde ele se encontrava. Por isso, arqueólogos do passado e do presente têm se dedicado a discutir o local onde ele se encontrava. As divergências são pequenas, e uma corrente é a majoritária.

Antes de tudo, é preciso se lembrar que na sucessão histórica houve três Templos que estiveram no Monte do Templo entre 960 a.C e 70 d.C. O primeiro Templo foi construído por Salomão entre 967 a.C. e 960 a.C. (1 Rs 6). Os babilônios destruíram esse Templo em 586 a.C. (2 Cr 36.19). o Templo foi reconstruído sob a liderança de Zorobabel (Ag 2.1-9), sendo as fundações em 536 a.C e a dedicação da sua estrutura em 515 a.C. por cerca de 500 anos, esse Templo permaneceu em sua forma modesta até que sofreu uma reforma durante o Império Romano. Herodes, o Grande, nomeado rei dos judeus pelos romanos, aumentou e reformou o Templo, começando seus trabalhos em 19 a.C. e dedicando-o dez anos depois.

Embora em termos históricos e arquitetônicos o Templo de Herodes seja conhecido como o Terceiro Templo, ele era chamado pelos judeus ainda de Segundo Templo, porque a oferta dos sacrifícios não fora interrompida durante a reforma. O Templo de Herodes foi destruído completamente pelos romanos no ano 70 d.C., conforme a profecia de Jesus (Mc 13.1-2).

Após o primeiro Templo ter sido queimado pelos babilônicos, o Templo de Zorobabel foi construído no mesmo lugar e com as mesmas medidas do Templo de Salomão. O fato de serem poucos os achados do Primeiro Templo é explicável. “Os construtores reutilizaram algumas das antigas pedras do Primeiro Templo, cobrindo assim os restos arqueológicos do Primeiro Templo. Acreditar-se, inclusive, que algumas pedras das paredes exteriores que cercam o Templo são salomônicas e que partes dos muros na área do Ofel são do período do Primeiro Templo”, explica o arqueólogo Randall Price, autor do livro “Arqueologia Bíblica” (CPAD).

A primeira teoria bastante popular sobre o local exato do Templo foi de Asher Kaufman, físico da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele se baseia em um texto de um tratado da Mishná chamado Middot (“medidas”). Usando essa fonte e cálculos físicos, ele chegou a posionar o Templo no canto noroeste da plataforma atual do Monte do Templo, cerca de 100 metros do Domo da Rocha dos mulçumanos, no local da cúpula pequena.

Outra teoria é a do arquiteto Sagiv, Tel Aviv, que de acordo com características arquitetônicas e exames com raios infravermelhos, afirma que o Templo foi construído onde hoje se situa a mesquita mulçumana de Al-Aqsa, com seu Santo dos Santos no lugar da fonte de Al-Kas.

Porém, a teoria que prevalece até hoje é a dos arqueólogos israelitas, que favorece o local tradicional, imediatamente ao oeste e no centro da plataforma, exatamente no atual lugar do Domo da Rocha. Os arqueólogos Benjamim Mazar e Leen Ritmeyer, hoje na Inglaterra, estudaram o Middot, as referências de Josefo sobre o Templo e as mudanças na estrutura da plataforma no Monte do Templo durante os séculos e, por meio de cálculos seguros, chagaram ao local exato.

“Ritmeyer removeu artisticamente os aumentos mais recentes feitos na plataforma pelos hasmoneanos e Herodes, que foram identificados em escavações arqueológicas, e tracejou as dimensões dos vários pátios do Templo como estão registrados no Mishná. Isso lhe permitiu definir o Templo na plataforma de 500 côvados, conforme o Middot, no lugar do atual Domo da Rocha”, explica Price.

Silas Daniel, pastor, jornalista, chefe de Jornalismo da CPAD e autor dos livros “A Sedução das Novas Teologias” e “Habacuque – a vitória da fé em meio ao caos”, ambos CPAD.

Jornal Mensageiro da Paz de Abril de 2011, Pág. 17.

 
* Foto publicada pelo autor do blog

O DÍZIMO NÃO É UMA BARGANHA, É UM ATO DE FÉ




Por Alcides Favaro

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”, Hb 11.6.

Quando dizimamos, não estamos comprando as bênçãos de Deus, mas estamos reconhecendo seu senhorio. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”, Sl 24.1. Não se trata de uma barganha com Deus. Nós não temos nada, absolutamente nada para barganhar com Deus. O que nós temos de bom foi tudo o que Deus nos deu. Como podemos barganhar com Deus, se tudo é dele? Então, ao dar dízimo, estamos honrando o Senhor com os nossos dízimos e isto por fé. Quem honra a Deus pela fé também será honrado por Deus. “Mas o justo viverá da fé; e, se ele recusar, a minha alma não tem prazer nele”, Hb 10.38. os justos são aqueles que foram justificados por Deus e por essa razão sempre procuram andar em justiça. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm 5.1. Para o justo, dizimar é um ato de fé e obediência, não é uma barganha com Deus.

Os crentes que não têm fé para dar o dízimo passarão a vida toda dando desculpas: “Eu sou pobre”, “Eu ganho pouco”, “Tenho muitas prestações a pagar”, “Na Bíblia, o dízimo não é para a dispensação da graça”, “Meu dízimo é muito alto para entrega-lo na Casa de Senhor”, “Não vou dar o dízimo porque não sei o que fazem com meu dízimo” etc. a incredulidade torna-se tanta que amam mais o dinheiro que o Senhor que deu a vida e a Salvação. “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (riquezas)” , Mt 6.24.

O dinheiro é apenas um meio e não um fim em nossas vidas. Os crentes que não têm fé dão todo tipo de desculpas, como já mencionei, mas o dinheiro é que domina suas vidas.

Os crentes fiéis têm fé e honram a Deus com seus dízimos, porém jamais fazem barganhas. “Diz o Senhor dos Exércitos: se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vos bênção, que dela vos advenha a maior abastança”, Ml 3.10b. O Senhor diz no versículo citado que tem promessa de bênçãos aos dizimistas, porém não está fazendo barganha. “Porque os que me honram, honrarei...”, 1 Sm 2.30. Todos os que dizimaram antes, durante e depois da Lei de Moisés, honraram a Deus. Nos dias dos profetas até Malaquias, também honraram ao Senhor.

Jesus, durante seus dias na terra, em Seu ministério, não desaprovou a entrega dos dízimos, não sei o que fazem com meu dízimo, apenas ensinou-lhes o comportamento correto para honrar a Deus. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: O juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas”, Mt 23.23.

“Honrarem ao Senhor com teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; assim se encherão de fartura os teus celeiros, e transbordarão de mosto os teus lagares”, Pv 3.9,10. O início do versículo mencionado diz: “Honra ao Senhor com teus bens”. Depois é que vêm as promessas de bênçãos.

Concluo então que a fé e a obediência andam juntas na vida de todos os dizimistas que honram a Deus com seus dízimos. Aos que não são dizimistas, é chegado o momento de honrarem ao Senhor. Façamos o que é bíblico, teológico e doutrinário: honremos ao Senhor com nossos dízimos.

Pastor Alcides Favaro é presidente da Assembleia de Deus Ministério do Ipiranga e da Convenção dos Ministros Ortodoxos no Estado de São Paulo e Outros (Comoespo) .

Jornal Mensageiro da Paz de Agosto de 2011, Pág. 22.

* Foto publicada pelo autor do blog

O CRISTO SOB A TINTA



Por Claudionor de Andrade

“Eu te superei, Salomão”, vangloriou-se Justiniano I ao concluir a construção da Igreja de Santa Sofia em 537. As colunas daquela casa, talhadas todas em raríssimo mármore, emprestavam-lhe uma beleza invejada pelos gregos e que não seria alcançada pelos renascentistas. Exagerava o imperador bizantino? Como do Santo Templo de Jerusalém só nos resta um muro solitário e carregado de lamentos, concedemos-lhe o obsequio da dúvida.

Se a comparação arquitetônica entre ambas as casas faz-se quase impossível, cotejemos-lhe a teologia e a história. Tanto o templo de Salomão como a igreja de Justiniano foram erguidos para enaltecer o nome de Deus. Mas aquele logo transformou-se num covil de ídolos prostitutos e sanguinários. Esta, apesar de ostentar por mais de novecentos anos a cruz de Cristo, não resistiu ao crescente do Islã. Em 1453, sob a espada do otomano Mehmed II, o estandarte de Alá exaltou-se sobre a magnifica cúpula, intimidando uma Constantinopla que já era Istambul. Ao conquistar a capital de Bizâncio, Mehmed fez da bela e enaltecida basílica uma mesquita que, por muitos séculos, seria o orgulho do Islã. O sultão conseguiu superar o imperador que, levianamente, dissera haver suplantado o próprio rei Salomão. Mas, em 1935, um homem haveria de sobrepujar tanto a Justiniano quanto a Mehmed.

O pai dos otomanos, como Kemal Ataturk fazia questão de ser lembrado, ansioso por ocidentalizar a Turquia, secularizou a mesquita que já fora igreja. Sua astúcia logrou a esperteza de Justiniano e os rompantes de Mehmed. Agora, nem cruz, nem o crescente; doravante, museu. Já autorizados a visitar o local, os cristãos não tiveram dificuldades para divisar, naquelas paredes ainda carregadas de reverência, os resquícios de sua história sob demão de cores já desmaiadas. Removendo a cal duma parede, com a pericia dum mestre florentino, os restauradores descobriram a imagem do Cristo. As caiações, emudecidas agora, testemunham o desaparecimento de um cristianismo morno e conformado com o mundo.

Muitas igrejas, hoje, em nada diferem da basílica de Santa Sofia. Hábil e astutamente, oculta o Cordeiro sob a demão de uma teologia que, coroando o homem, destrona a Deus. Sob a camada de uma doutrina enfermiça e viciada, escondem o sacrifício do Unigênito. Da tela da sã doutrina, removem, com a lâmina de um academicismo frio e insensível, tanto a cruz quanto o Crucificado. E com as cores da heresia, desornam o divino para ornar o humano.

No átrio de suas cobiças, esculturam um deus segundo a sua imagem e semelhança. Um deus leniente e permissivo, que não lhes vê o adultério, porque não escreveu o sétimo mandamento; que não lhes censura as rapinagens, porque não cinzelou em pedra a oitava ordenança; que se deleita com suas inverdades, porque não redigiu o nono preceito. Um deus, enfim, que jamais esculpiria as tábuas da Lei nem enlevaria o madeiro que revela as riquezas da graça. Elas buliram admiravelmente seus ídolos, mas já não conseguem moldar o caráter da criança nem talhar o coração do impenitente.

À semelhança de Santa Sofia, tais igrejas fizeram-se museus; algumas, mausoléus. Elas têm história, mas já não fazem história. Até um espaço de memória possuem, porém já não têm a lembrança do primeiro amor. O retrato dos pioneiros ainda se sustentam em suas paredes. Elas, contudo, já não se aventuram pelo Evangelho, cumprindo, além fronteira, os reclamos da Grande Comissão.

Ontem, movimento; hoje, monumento. Antes, a ação, agora, nem reflexão, mas um ruminar das coisas que eram e que, neste momento, limitam-se a existir. Expostas nesses museus, causam admiração e até espanto. Todavia, são águas que já não movem o moinho. As duas mós, adormecidas e silentes, são vistas e até enaltecidas historicamente, mas teologicamente, desprezadas; já não multiplicam o pão à ordem do Mestre. Lembrem-se de Éfeso? Que belo museu era essa igreja. Até o mesmo Senhor elogiou-a por aquele magnifico acervo de boas obras, ortodoxia e intolerância para com os maus. No entanto, apesar de uma memória tão espaçosa, a lembrança de seu primeiro amor achava-se em apertos. Em sua exposição de conquistas pretéritas, o primeiro amor nem era mais exibido, porquanto já o amor o primeiro no sarcófago que, agasalhando pela mastaba de uma adoração bruxuleante, não mais iluminava o caminho dos que rangendo os dentes, seguem para a segunda morte. É chegado o momento de rasparmos as tintas que, pouco a pouco, foram escondendo o Cordeiro. Com a espátula da Palavra, removamos as demãos daquelas cores que dantes pareciam tão vivas, mas que acabaram por esmaecer o carmesim do sangue do Senhor das catedrais de nossas teologias, das basílicas de nosso ativismo e dos mosteiros de nossas místicas esterilidades. A Igreja de Cristo, contudo, dispensa tanto nossas tintas quanto nossos pincéis. Ela é como o pinho-de-riga; prescinde de cores; suas nuanças não haverão de ser superadas.

O pinho-de-riga, natural do Norte da Europa, é uma árvore conífera que, em virtude de suas qualidades, insuperáveis e sempre cobiçadas, é utilizada na fabricação de móveis de luxo e esquadrarias. Essa madeira não precisa do concurso das cores para enfeitar um ambiente; basta o recurso de sua presença para conferir beleza até ao feio. Ela requisita apenas os dedos calejados de um hábil artesão que, munido de algumas ferramentas, dá forma á madeira, porém não lhe tira os matizes indígenas.

A Igreja de Cristo tem muito de arte do marceneiro. Mas foi certamente um carpinteiro que fez a cruz de Nosso Senhor. Era tão simples a sua confecção e tão despojada de contornos, que exigia apenas serrote, martelo e, talvez, uma plaina. Nessa arte sem arte, contudo, plenificou-se toda a multiforme sabedoria de Deus. Encimando-a, a inscrição de um crime local que se universalizou no gracioso perdão do mundo que o Pai tanto amou: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. Eis a sagrada sabedoria que Justiniano ignorou e que Mehmed procurou encobrir com as demãos de cal e tinta sobre as paredes da imponente basílica de Constantinopla. Não teremos nós encoberto o Cristo com as demãos de nossos caprichos? Deixe que a Igreja manifeste toda a sagrada sabedoria do Altíssimo.



Pastor Claudionor de Andrade é gerente de Publicações da CPAD, comentarista de Lições Bíblicas de Escola Dominical, escritor e membro da Casa de Letras Emílio Conde.

Jornal Mensageiro da Paz de Agosto de 2011, Pág. 21.

* Foto publicada pelo autor do blog

AS PREOCUPAÇÕES DOS ÚLTIMOS TEMPOS ABREM ESPAÇO PARA O ANTICRISTO


Por Zihad Ali



Disse Jesus em Sermão Profético sobre o fim dos tempos: “E ouvireis de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores”, Mt 24.6,7.

Antes de o Anticristo chegar ao poder, o Anticristo poderá provavelmente usar preocupações em relação às possíveis mudanças climáticas, ao terrorismo internacional e ao conflito árabe-israelense como plataforma política para estabelecer seu governo mundial (cf. Dn 9.27; 2 Ts 2.9). Mas, longe de resolver essas questões, o anticristo conduzirá a humanidade à quase total aniquilação (1 Ts 5.3). A ONU, o movimento ambientalista e a Nova Era já estão abrindo espaço para isso. É o ministério da injustiça que já opera em nossos dias (2 Ts 2.7). as nações mais poderosas da Terra concordam que algo tem que ser feito para reverter esse quadro. Quem apresentar a solução desses problemas será aclamado como salvador e messias (Ap 13.1-4). Na verdade, essas preocupações estão contribuindo para o surgimento de uma nova ordem mundial, o futuro império romano governado pela besta.

Há ainda as ameaças naturais. Há pelo menos três tipos de ameaças naturais: ameaças biológicas, como epidemias; ameaças geológicas, como terremotos e erupções vulcânicas; e ameaças cósmicas, como distúrbios na atividade solar e colisões de asteroides ou cometas. Dependendo da magnitude, esses eventos naturais são capazes de alterar as condições físicas do planeta e até dizimar população inteiras, como a gripe espanhola, que no início do século 20 vitimou mais de 80 milhões de seres humanos, e o devastador Tsunami, que atingiu o sudeste asiático no final de 2004, matando cerca de 300 mil pessoas em doze países. O fato dessas catástrofes agora estarem se intensificando, em grau e número, e ocorrendo “em vários lugares” do planeta, são fortes sinais indicadores da proximidade da Vinda de Cristo (Lc 21.11).

Mas, será que existe a possibilidade de um desastre natural colocar em risco a sobrevivência da humanidade? Segundo os cientistas, isso poderia acontecer. No parque americano de Yellowstone existe em seu subsolo um supervulcão que caso venha a explodir lançaria uma nuvem de poeira suficiente para encobrir o Sol, e fazer com que a temperatura do planeta caia 10°C. Como resultado desse inverno global, a humanidade seria reduzida a alguns milhares de sobreviventes. Outro cenário ainda pior do que esse seria o choque de asteróide ou cometa com a terra. Astrônomos que monitoram esses objetos já catalogaram alguns asteróides que poderiam estar em rota de colisão com a terra, como o asteróide denominado de 2003 QQ 47. Com pouco mais de 1 km de diâmetro, este asteróide se aproxima da terra a uma velocidade de 115 mil quilômetros por hora. Segundo os astrônomos do Centro de Monitoramento de Objetos próximos à Terra, ele se aproximará perigosamente da terra em 2014. No entanto, a possibilidade de colisão é de apenas 1 para 909 mil. Se uma trombada dessas ocorresse os efeitos desencadeados pelo impacto seriam devastadores. Porém, biblicamente, o mundo não será destruído por nenhuma dessas catástrofes naturais, mesmo que potencialmente elas sejam reais e aconteçam em menor escala em nossos dias. Somente na Grande Tribulação, quando Deus estiver castigando a humanidade, algo semelhante ocorrerá, mas não a ponto de acabar com a vida na terra (Ap 8.7-12; 16.18-21), pois o próprio Senhor Jesus administrará os juízos de Deus nesse período (cf. Ap 6.1; 16.1).

Mas a maior ameaça enfrentada pela humanidade é o pecado e suas nefastas consequências. Todas as calamidades que assolam o mundo têm sua origem na queda do homem.

O relógio criado pela agencia do Boletim dos Cientistas Atômicos não prevê o apocalipse bíblico, mas o apocalipse provocado pelo homem. Ao contrario do mostram os filmes catástrofes de Hollywood, onde asteróides (“Armagedom”), cometas (“Impacto Profundo”), anomalias na atividade solar (“Sunshine – Alerta Solar”, “Presságio”), distúrbios de natureza climática e geológica (“O Dia Depois de Amanhã”, “O Núcleo – Missão ao Centro da Terra”), armas nucleares (“O Dia Seguinte”), pandemias (“Fim dos Tempos”); maquinas com inteligências artificial (“O Exterminador do Futuro”, Matrix”) e até invasões alienígenas (“Independece Day”, “Guerra dos Mundos”, “O Dia em que a Terra Parou” quase aniquilam com a humanidade, o apocalipse descrito no último livro da Bíblia será desencadeado pela a ira de Deus derramada na Terra no período da Grande Tribulação (Ap 6.15,16; 16.1).

As densas nuvens que se vêem no horizonte e os fortes ventos que sopram em nossos dias já sinalizam a formação de uma grande tempestade. É o princípio de dores de que falou o Senhor Jesus em seu sermão profético (Mt 24.8). Quando esta geração má e corrupta tiver enchido o cálice da ira de Deus, então o Juiz de toda a Terra derramará a sua cólera neste mundo. Mas, antes que ela caia, Cristo arrebatará a Sua Igreja (1 Ts 1.10; Ap 3.10). “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação...” (1 Ts 5.9). “Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28). “Vigiai, pois, em todo tempo, orando, para que sejais havidos por dignos d evitar todas as coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21.36).

Zihad Ali é físico e membro da Assembleia de Deus em Cuiabá (MT) .

Jornal Mensageiro da Paz de Abril de 2011, Pág. 18.
* Foto publicada pelo autor do blog