sexta-feira, 8 de março de 2013

ATAQUE À FÉ PENTECOSTAL TENTA DESACREDITAR DONS ESPIRITUAIS.


Por Antônio Mesquita

Depois de assistir a um programa bizarro e aviltante de uma seita bastante conhecida, não pude deixar de apresentar esta defesa da fé cristã diante da afronta que fizeram aos que recebem o batismo no Espírito Santo e à ação dos dons espirituais. Essas pessoas nem mesmo precisariam ser espirituais. Um pouco de inteligência ou temor bastariam. A exposição, por seus argumentos, demonstrou mesquinharia e mediocridade. Sem nenhuma base bíblica convincente, ou explicação para nortear suas farsas, tais opositores se fazem “o outro lado”. Este termo é uma referência à Palavra Satã, no hebraico (demônio), que tem raiz no verbo impedir, bloquear.

Para estes, falar em línguas não passa da tradução da mensagem de uma determinada língua para outra, por meio do aprendizado repentino da língua desconhecida em sua cultura (sic). Tentar confundir quando misturam dom de interpretação de línguas (1 Co 12.10) e sua rasteira explicação, pois “há diversidade de operações”, uma vez que “a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”, v.6. São como Simão, o Mágico, que queria, à moda desses “ensinadores televisivos”, tomar o poder de Deus como simples variação humana e que, portanto, poderia negociá-lo.

A Bíblia afirma que o derramar do Espírito foi para o temor dos apóstolos e para o futuro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”, At 2.39. 1) aos presentes (vós); 2) a vossos filhos (geração seguinte); 3) e a todos os que estão longe (gerações subsequentes e distantes indicadas no imperativo do Senhor: “até aos confins da terra”).

“Outros zombavam”

Esse tipo de crítica irresponsável e agressiva é próprio de neófitos. No Dia de Pentecostes, ocorreu algo semelhante. Enquanto alguns se maravilhavam, “outros zombavam”. E mais, “nos últimos dias” (v.17) é uma indicação no plural projetando o futuro. Tem paralelo forçoso com os “últimos tempos” de 1 Timóteo 4.1 (“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos...”), neste caso, pela indicação de apostasia, caracterizada na idéia expressa desses homens. Apostasia é a “Separação ou deserção do corpo constituído (de uma instituição, de um partido, de uma corporação) ao qual se pertencia; abandono da fé de uma igreja, especialmente a cristã” (Aurélio).

Atos 2.39 afirma que no Dia de Pentecostes estavam em Jerusalém, não somente judeus, mas “judeus” e “varões religiosos, de todas as nações” (2.5), inclusive “forasteiros romanos” (2.10). Os que não aceitaram o plano divino zombavam e até buscavam explicação humana para a ação do alto: “Estão embriagados”. Estes foram nomeados “geração perversa” (2.40). Podemos igualmente visitar Gálatas 1.8, livro que reflete a apologia de Paulo aos hereges da época: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho que vá além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”.

Afinal, não vamos além, e ainda não ficamos aquém. Pregamos o que está na Bíblia sem equívoco de interpretação a partir de uma idéia sem nenhum fundamento exegético. A interpretação que corresponde à exegese bíblica, quanto a visão distorcida do batismo no Espírito Santo, tem o peso da antecipação crítica com o intuito de justificar o injustificável.

O principal entrave para esses tais, não é só a questão do falar novas línguas, mas tudo o que diz respeito aos dons espirituais, conforme é citado no texto: “Porque andamos por fé e não por vista”, 2 Co 5.7. E quem anda por vista, por não crer em milagres, não pode andar por fé.

A fé serve justamente para que o impossível (à visão e mentes humanas) torne-se real. Aí reside a principal dificuldade – crer no impossível: cura divina; expulsão de demônios e toda e quaisquer manifestação de maravilhas.

Os sinais, em especial os operados pela manifestação dos dons espirituais, ainda permanecem como meio poderoso para afugentar a frieza espiritual, conforme as Sagradas Letras preconizam: “Não havendo profecia, o povo se corrompe”, Pv 29.18. Segundo comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), “profecia” neste versículo traduz a palavra hebraica hazon (literalmente ‘visão’ e também ‘revelação’’’).

A audácia desses homens incautos completa a blasfêmia quando afirmam que “milagres da nossa época se referem à atuação de espíritos enganadores”. Ora, os fariseus demonstravam esse mesmo “zelo religioso” e acusaram Jesus por motivo idêntico (Lc 11.14-28). A ação do Espírito (“o dedo de Deus”, v.20), com expulsão de demônios por Jesus, fora nomeada pelos fariseus como algo efetivado em conluio com o próprio demônio (“Belzebu, príncipe dos demônios”, v.15). O apóstolo Paulo ensina em 1 Coríntios 12: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Quando o crente é cheio do Espírito Santo, transborda, conforme ensina Jesus ao falar na Festa em Jerusalém: “Quem crê em mim, coo diz as Escrituras rios d’aguas vivas correrão do seu ventre”, Jo 7.38.

Como é ver um rio com água vivificada? Vamos imaginar. Será que tem movimento, barulho, quando rola a água em suas pedras. Indica vida, testemunhada visivelmente, como autentica renovação? Ou indica algo parado, invisível, morto, traduzido nas belas letras de uma poesia? A Bíblia segue ensinando: “E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”, Jo 7.38-39. Pedro fala dos últimos tempos e apresenta o perfil de falsos doutores: “Mas estes como animais irracionais... blasfemando do que não entendem... Estes são fontes de água... (Secos), porque falando coisas mui arrogantes”, 2 Pd 2.12,17,18...” Lembra-se dos dois discípulos a caminho de Emaus e da presença de Jesus entre eles? Em Lucas 21.32 é dito que seus corações ardiam. Arder é “Produzir sensação de ardor; queimar, abrasar” (Aurélio). Por favor, leia e examine a Bíblia (“Porventura, não errais em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?”, Mc 12.24) para que o Senhor “possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados...”, Hb 5.2.

 Antônio Mesquita é ministro do Evangelho, graduado em Teologia, escritor e jornalista. Mesquita.antonio@cpad.com.br

Jornal Mensageiro da Paz de Setembro de 2008, Pág. 16.
* Foto publicada pelo autor do blog

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