Por Antônio Mesquita
Depois
de assistir a um programa bizarro e aviltante de uma seita bastante conhecida,
não pude deixar de apresentar esta defesa da fé cristã diante da afronta que
fizeram aos que recebem o batismo no Espírito Santo e à ação dos dons
espirituais. Essas pessoas nem mesmo precisariam ser espirituais. Um pouco de
inteligência ou temor bastariam. A exposição, por seus argumentos, demonstrou
mesquinharia e mediocridade. Sem nenhuma base bíblica convincente, ou
explicação para nortear suas farsas, tais opositores se fazem “o outro lado”.
Este termo é uma referência à Palavra Satã, no hebraico (demônio), que tem raiz
no verbo impedir, bloquear.
Para
estes, falar em línguas não passa da tradução da mensagem de uma determinada
língua para outra, por meio do aprendizado repentino da língua desconhecida em
sua cultura (sic). Tentar confundir quando misturam dom de interpretação de línguas
(1 Co 12.10) e sua rasteira explicação, pois “há diversidade de operações”, uma
vez que “a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”, v.6.
São como Simão, o Mágico, que queria, à moda desses “ensinadores televisivos”,
tomar o poder de Deus como simples variação humana e que, portanto, poderia
negociá-lo.
A
Bíblia afirma que o derramar do Espírito foi para o temor dos apóstolos e para
o futuro: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos
os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”, At 2.39. 1)
aos presentes (vós); 2) a vossos filhos (geração seguinte); 3) e a todos os que
estão longe (gerações subsequentes e distantes indicadas no imperativo do
Senhor: “até aos confins da terra”).
“Outros zombavam”
Esse
tipo de crítica irresponsável e agressiva é próprio de neófitos. No Dia de
Pentecostes, ocorreu algo semelhante. Enquanto alguns se maravilhavam, “outros
zombavam”. E mais, “nos últimos dias” (v.17) é uma indicação no plural
projetando o futuro. Tem paralelo forçoso com os “últimos tempos” de 1 Timóteo
4.1 (“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos...”), neste
caso, pela indicação de apostasia, caracterizada na idéia expressa desses
homens. Apostasia é a “Separação ou deserção do corpo constituído (de uma
instituição, de um partido, de uma corporação) ao qual se pertencia; abandono
da fé de uma igreja, especialmente a cristã” (Aurélio).
Atos
2.39 afirma que no Dia de Pentecostes estavam em Jerusalém, não somente judeus,
mas “judeus” e “varões religiosos, de todas as nações” (2.5), inclusive
“forasteiros romanos” (2.10). Os que não aceitaram o plano divino zombavam e
até buscavam explicação humana para a ação do alto: “Estão embriagados”. Estes
foram nomeados “geração perversa” (2.40). Podemos igualmente visitar Gálatas
1.8, livro que reflete a apologia de Paulo aos hereges da época: “Mas, ainda
que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho que vá além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema”.
Afinal,
não vamos além, e ainda não ficamos aquém. Pregamos o que está na Bíblia sem
equívoco de interpretação a partir de uma idéia sem nenhum fundamento
exegético. A interpretação que corresponde à exegese bíblica, quanto a visão
distorcida do batismo no Espírito Santo, tem o peso da antecipação crítica com
o intuito de justificar o injustificável.
O
principal entrave para esses tais, não é só a questão do falar novas línguas,
mas tudo o que diz respeito aos dons espirituais, conforme é citado no texto:
“Porque andamos por fé e não por vista”, 2 Co 5.7. E quem anda por vista, por
não crer em milagres, não pode andar por fé.
A fé
serve justamente para que o impossível (à visão e mentes humanas) torne-se
real. Aí reside a principal dificuldade – crer no impossível: cura divina;
expulsão de demônios e toda e quaisquer manifestação de maravilhas.
Os
sinais, em especial os operados pela manifestação dos dons espirituais, ainda
permanecem como meio poderoso para afugentar a frieza espiritual, conforme as
Sagradas Letras preconizam: “Não havendo profecia, o povo se corrompe”, Pv
29.18. Segundo comentário da Bíblia de
Estudo Pentecostal (CPAD), “profecia” neste versículo traduz a palavra
hebraica hazon (literalmente ‘visão’
e também ‘revelação’’’).
A
audácia desses homens incautos completa a blasfêmia quando afirmam que
“milagres da nossa época se referem à atuação de espíritos enganadores”. Ora,
os fariseus demonstravam esse mesmo “zelo religioso” e acusaram Jesus por
motivo idêntico (Lc 11.14-28). A ação do Espírito (“o dedo de Deus”, v.20), com
expulsão de demônios por Jesus, fora nomeada pelos fariseus como algo efetivado
em conluio com o próprio demônio (“Belzebu, príncipe dos demônios”, v.15). O
apóstolo Paulo ensina em 1 Coríntios 12: “Acerca dos dons espirituais, não
quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Quando o crente é cheio do Espírito
Santo, transborda, conforme ensina Jesus ao falar na Festa em Jerusalém: “Quem
crê em mim, coo diz as Escrituras rios d’aguas vivas correrão do seu ventre”,
Jo 7.38.
Como
é ver um rio com água vivificada? Vamos imaginar. Será que tem movimento,
barulho, quando rola a água em suas pedras. Indica vida, testemunhada
visivelmente, como autentica renovação? Ou indica algo parado, invisível,
morto, traduzido nas belas letras de uma poesia? A Bíblia segue ensinando: “E
isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o
Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”,
Jo 7.38-39. Pedro fala dos últimos tempos e apresenta o perfil de falsos
doutores: “Mas estes como animais irracionais... blasfemando do que não
entendem... Estes são fontes de água... (Secos), porque falando coisas mui
arrogantes”, 2 Pd 2.12,17,18...” Lembra-se dos dois discípulos a caminho de
Emaus e da presença de Jesus entre eles? Em Lucas 21.32 é dito que seus
corações ardiam. Arder é “Produzir sensação de ardor; queimar, abrasar” (Aurélio). Por favor, leia e examine a
Bíblia (“Porventura, não errais em razão de não saberdes as Escrituras nem o
poder de Deus?”, Mc 12.24) para que o Senhor “possa compadecer-se ternamente
dos ignorantes e errados...”, Hb 5.2.
Jornal Mensageiro da Paz de Setembro de 2008, Pág. 16.
* Foto publicada pelo autor do blog
Nenhum comentário:
Postar um comentário